Por Júlio César Oliveira
O Brasil vive um
momento de protestos e levantes, onde se reivindicam soluções para questões sociais
e políticas. Vemos as pessoas saírem às ruas com palavras de ordem; gritos
estridentes ecoam por todas as partes do Brasil varonil. Em uma tentativa de
poetizar os protestos, criaram a frase “o gigante acordou e se levantou do berço esplêndido para provar que não foge à luta”.
Trágico se não fosse cômico ou cômico se não fosse trágico.
Difícil dizer, pois
comparam tudo isso a Primavera Árabe, essa por sua vez foi uma onda de
protestos contra regimes ditatoriais opressores e violentos em países como
Egito, Tunísia, Líbia, Síria, Iêmem e Barein. Na Líbia, o ditador Muammar Abu
Minyar al-Gaddafi governou de forma corrupta e brutal durante 42 anos, todos
esses povos envolvidos na onda de protestos viviam em um sistema politico
opressor e não democrático e saíram às ruas para pedir democracia.
No Brasil vivemos uma
democracia plena desde 1989, onde escolhemos nossos governantes e em tese, somo
senhores de nossos destinos. Votamos e somos votados. Então, onde esta a
dificuldade? Nosso problema não está única e exclusivamente nos governantes. O
problema não é somente político e cultural, somos os pais do palhaço
semianalfabeto fenômeno de votos; somos o país dos votos cabresteados; somos o
país em que o presidente do congresso esta envolvido nas mais altas
bandalheiras, mas é chamado de Excelência; somos o país onde se elegeria um
poste para agradar outro político influente.
Apesar de escolhermos
nossos representantes, não sabemos escolher, não usamos critério algum para tal
feito, nos corrompemos por ninharias, por nichos. Desde cedo ensinamos nossos
filhos a serem avessos à política e alguns chegam a ter orgulho disso ao
dizerem: “Não vote, votar não muda nada”.
Incentivamos nossas crianças a obterem vantagens, a subornarem alguém. Certa
vez disse que “a palavra convence, mas o
exemplo arrasta”, ensinamos nossas crianças a serem melhores custe o que
custar, passe por cima de quem tiver que passar...
Somos tão corruptos
quanto nosso parlamento, afinal cada um tem o que merece. Criamos uma cultura
corruptora e enraizamos essa podridão em nossa sociedade, mas não admitimos isso,
é melhor culpar o governo por nossos fracassos morais e éticos. É o sujo criticando o mal lavado, pois nos deram
pão e circo e nós nos fartamos! Se quisermos realmente uma verdadeira mudança
precisamos pensar primeiro em mudar nossa mentalidade, nossas atitudes, nosso
caráter. Oxalá que toda essa revolta consiga chegar até às urnas em 2014, e aí
sim, poderemos dizer que ainda há esperanças.
Não precisaríamos ir às
ruas agora dizer que o “Brasil mudou seu
status de deitado eternamente em berço esplêndido, para verás que um filho teu
não foge a luta”, se não tivéssemos compactuado para que esse gigante adormecesse.
A mudança começa aqui, a mudança começa em mim, a mudança
começa em você, a mudança começa em nós, ela começa no individuo.
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O Júlio é co-editor do Blog do Ed
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