Cânticos de (Con)tradição

Por Paulo de Castro

Nos últimos tempos temos visto que as igrejas têm dado cada vez mais importância e significância ao momento de louvor no culto. Porém, tanta importância e significância têm deixado de lado a preocupação com o conteúdo, a coerência e a doutrina na letra de nossas músicas. Ouvimos em nossas rádios blocos de músicas que vão contra doutrinas bíblicas ou até mesmo músicas que se contradizem entre si, tanto doutrinária, como filosoficamente. E isso se repete em nossas igrejas.
Procuramos, em nossos cânticos congregacionais, não ensinar a Palavra de Deus e doutrinas bíblicas, mas sim suprir nossa necessidade de auto-satisfação e o desejo de nosso ego de que nossas vontades serão realizadas, e com isso cometemos algumas gafes.
Um exemplo disso é que cantamos na igreja uma música que diz que “o que perdido foi não se compara com o que há de vir”, no sentido de que o que virá será melhor do que o que eu tinha antes. Já na música seguinte, cantamos: “restitui, eu quero de volta o que é meu”, numa declaração que, além de tentar dar ordens a Deus, diz que eu quero de volta o que um dia eu tive. Ou cantamos: “mesmo que não haja alimento nos campos eu me alegrarei em Ti [Deus]”, dizendo que mesmo que tudo que eu tenho se acabe minha alegria está em Deus e não nas coisas deste mundo; e logo em seguida, cantamos que “estão tentando sepultar minha alegria, tentando ver meus sonhos cancelados”, dando a entender que minha alegria está na realização dos meus sonhos.
Exemplos como os citados acima são muitos, e acontecem em várias igrejas. Tais exemplos mostram que não temos seguido os ensinamentos de Paulo: “cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento” (I Co 14.15). Não cantamos com o espírito, já que não cantamos doutrinas bíblicas; e quando cantamos, desdizemos em outra música o que acabamos de cantar, contradizendo o que cremos. Não cantamos com o entendimento, já que diante de tais erros, não os percebemos, mostrando que não entendemos o que cantamos.
Infelizmente é assim que tem caminhado a nossa igreja contemporânea, dando mais importância ao nosso ego que à doutrina bíblica, dando mais importância a nos sentirmos felizes com nós mesmos e nossos desejos que à verdadeiramente sermos felizes em Cristo.
Oremos para que Deus nos mude e mude nossas igrejas, mude nossas mentes e nossos cânticos, para que assim possamos cantar verdadeiras músicas de louvor a Deus.
Via Cante as Escrituras compartilhado no Blog do Ed

Comentários

  1. Muito bom esse post, nunca tinha pensado dessa forma, contradições nos louvores!!!!

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