Por Edvaldo Tomé
Nínive era uma das grandes cidades do império da Assíria, que
sempre foi uma ameaça ao povo de Deus pela sua perversidade e
malignidade.
Deus deu uma ordem a Jonas para ir à grande cidade de Nínive e clamar
contra ela, pois a malícia daquela cidade havia subido à presença d´Ele Jn
1.2. Os pecados de Nínive não foram descritos, mas a cidade era
grandemente conhecida como o centro do culto à fertilidade, e por sua crueldade
para com as vítimas da guerra.
Contudo, sabemos que Jonas foi em sentido oposto à ordem de Deus, pois
para ele seria perda de tempo profetizar para uma cidade malévola. Sabemos que
foi engolido por um grande peixe e após permanecer durante três dias e três
noites foi literalmente vomitado em terra firme.
Desde então, começou profetizar na grande cidade, dizendo aquilo que o
Senhor ordenara. Tamanho foi o arrependimento do povo, que os ninivitas creram
em Deus, proclamaram um jejum e todos eles, do maior ao menor, vestiram-se de
pano de saco. (Jn 3.5)
A Bíblia diz que o juízo de Deus foi retido para com aquela cidade, uma
vez que os ninivitas abandonaram os seus maus caminhos fazendo com que Deus não
os destruíssem como havia ameaçado.
Cumpre aqui enfatizar que a mensagem de Jonas ao que parece, não
foi uma sentença condicional (Jn 3.4); mas na realidade o era porque a ameaça
do castigo divino pode ser desviada quando se evidencia um arrependimento verdadeiro. As promessas do Senhor de salvar têm
precedência sobre Suas ameaças. O amor de Deus é eterno, mas Suas expressões de
ira servem para despertar o arrependimento do homem. No caso de Nínive,
o Senhor não mudou em essência; apenas foi mudado o Seu modo de lidar com o
homem. Esta é a maravilha da misericórdia e do amor.
Mas esta misericórdia de Deus para com os ninivitas fez com que Jonas
ficasse completamente descontente. Ele odiava tanto os ninivitas por causa
de sua crueldade que lá no fundo do seu coração antegozava a sua destruição.
Agora, passados os quarenta dias, Nínive continuava intacta. (Jn 4.1)
E orou ao Senhor dizendo:
"Senhor, não foi
isso que eu disse quando ainda estava em casa? Foi por isso que me apressei em
fugir para Társis. Eu sabia que tu és Deus misericordioso e compassivo, muito
paciente, cheio de amor e que promete castigar mas depois se arrepende". Jn
4.2
Finalmente
desvendou-se o segredo. Jonas não ignorava o caráter de Deus. Ele fugiu para
Társis não porque temesse os ninivitas, mas porque não queria que fossem
salvos. Ele sabia que todas as ameaças divinas são condicionais, não importa
como sejam enunciadas. Deus era clemente, isto é, Ele tinha no seu coração o
bem-estar do homem e apaixonadamente desejava tirá-lo do pecado.
Qualquer livramento da escravidão, da opressão, da
fome ou da destruição é uma evidência do gracioso amor de Deus para com o homem
(Is. 30:18).
A Bíblia diz que os caminhos de Deus são mais altos
do que os nossos, assim como os pensamentos d´Ele são mais altos dos que os
nossos (Is 55.9), mas invariavelmente desejamos justiça para o nosso próximo.
Lendo e meditando no Livro de Jonas, percebi que o
propósito de Deus é a SALVAÇÃO DO PERDIDO. Sendo que naquela
ocasião ele usou Jonas (hebreu), para anunciar o seu juízo para um povo
perverso, cruel e inimigo dos hebreus.
Será que nosso coração está como o de Jonas que, muito embora tenha ido
proclamar a Palavra de Deus aos ninivitas, desejava o juízo sobre eles?
Será que não nos falta amor, misericórdia,
compaixão?
Ao que tudo indica,
não entendemos o que foi dito pelo apóstolo Pedro:
"O Senhor não
demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, ele é
paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao
arrependimento". (2 Pe 3.9)
A delonga de Deus tem um propósito redentor; Sua vontade básica é que
todos abandonem os seus pecados e se voltem para Ele.
Ora, como as pessoas se arrependerão se o nosso discurso hoje é de
juízo? Vamos para a TV e com toda a arrogância e empáfia julgamos os nossos semelhantes. Como estas pessoas conhecerão o amor de Deus se temos o sentimento
de ódio para com elas? Vamos parar e refletir: o que faria Jesus se Ele viesse
anunciar a boa notícia do Reino em nosso dias? Condenaria ou amaria?
Se nós que somos considerados "sal da terra e luz do mundo",
não soubermos dialogar ao ponto de apresentar o amor de Deus às pessoas, a
resistência ao Evangelho de Cristo só tende a aumentar.
Que possamos pedir ao Pai o discernimento do seu Espírito Santo para que
seja feita a vontade d´Ele e não a nossa.
Lembrando sempre que Jesus não veio para os sãos, mas sim para os
doentes (entendeu?).
Deus abençoe!
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