O Julgamento segundo Deus

Por Edvaldo Tomé

Após a prisão preventiva do deputado cassado Eduardo Cunha, passei a refletir sobre o julgamento de Deus sobre o povo. Os aliados da Presidente afastada Dilma Rousseff atribuem como causa do impedimento da Presidente o suposto "golpe" (como acreditar em golpe se o instrumento é constitucional?), que teria sido manejado por Eduardo Cunha, após se desvincular da base aliada do governo.

Desta maneira, o discurso do "golpe" ganhou força, pois como pode o "sujo falar do mal lavado"? Que legitimidade Eduardo Cunha teria para dar início ao processo de impeachment sendo ele acusado de ter contas não declaradas na Suíça e por ter sido citado em delações e por presos na Operação Lava Jato?

Bom, em meio a toda essa discussão calorosa sobre golpe, legitimidade de atual governo e etc., vislumbrei a possibilidade de Deus estar julgando o seu povo (aqui, me refiro a nação brasileira, sem querer substituir, logicamente, Israel pelo Brasil). Há um episódio nas Escrituras em que Deus utiliza uma nação ímpia para julgar o seu povo escolhido. Ora, mesmo que a Assíria não tivesse legitimidade para tanto, Deus utilizou-se dos seus serviços para punir Israel, é o que eu percebo da leitura do capítulo 10 de Isaías, vejamos:

"Ai daqueles que fazem leis injustas, que escrevem decretos opressores,

para privar os pobres dos seus direitos e da justiça os oprimidos do meu povo, fazendo das viúvas sua presa e roubando dos órfãos!

Que farão vocês no dia do castigo, quando a destruição vier de um lugar distante? Atrás de quem vocês correrão em busca de ajuda? Onde deixarão todas as suas riquezas?

Nada poderão fazer, a não ser encolher-se entre os prisioneiros ou cair entre os mortos. Apesar disso tudo, a ira divina não se desviou; sua mão continua erguida.

"Ai dos assírios, a vara do meu furor, em cujas mãos está o bastão da minha ira!

Eu os envio contra uma nação ímpia, contra um povo que me enfurece, para saqueá-lo e arrancar-lhe os bens, e para pisoteá-lo como a lama das ruas.

Mas não é o que eles pretendem, não é o que têm planejado; antes, o seu propósito é destruir e dar fim a muitas nações.

‘Os nossos comandantes não são todos reis? ’, eles perguntam.

‘Acaso não aconteceu a Calno o mesmo que a Carquemis? Hamate não é como Arpade e Samaria como Damasco?

Assim como a minha mão conquistou esses reinos idólatras, reinos cujas imagens eram mais numerosas que as de Jerusalém e de Samaria,

eu tratarei Jerusalém e suas imagens como tratei Samaria e seus ídolos’ ".

Quando o Senhor terminar toda a sua obra contra o monte Sião e contra Jerusalém, ele dirá: "Castigarei o rei da Assíria pelo orgulho obstinado de seu coração e pelo seu olhar arrogante.

Pois ele diz: " ‘Com a força da minha mão eu o fiz, e com a minha sabedoria, porque tenho entendimento. Removi as fronteiras das nações, saqueei os seus tesouros; como um poderoso subjuguei seus habitantes.

Como se estica o braço para alcançar um ninho, assim estiquei o braço para apanhar a riqueza das nações; como os que ajuntam ovos abandonados, assim ajuntei toda a terra; não houve ninguém que batesse as asas ou que desse um pio’ ".

Será que o machado se exalta acima daquele que o maneja, ou a serra se vangloria contra aquele que a usa? Seria como se uma vara manejasse quem a ergue, ou o bastão levantasse quem não é madeira!

Por isso o Soberano, o Senhor dos Exércitos, enviará uma enfermidade devastadora sobre os seus fortes guerreiros; no lugar da sua glória se acenderá um fogo como chama abrasadora." Isaías 10:1-16

Pode até ser forçoso comparar Eduardo Cunha com o Reino Assírio e o nosso país à nação de Israel, mas a aplicação espiritual deste texto não pode passar desapercebida. Deus utiliza dos meios necessários para a repreensão do seu povo quando este não age da maneira em que deveria agir. A corrupção, embora seja endêmica não pode ser regra, devendo haver consequências para quem as pratica.

Ao que tudo indica, Deus está julgando o Brasil...

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