A oferta e o princípio do "non olet"

Por Edvaldo Tomé

O princípio da pecunia non olet tomba suas origens históricas no Império Romano, mais precisamente em um diálogo ocorrido entre o Imperador Vespasiano e seu filho Tito, quando este, indagou Cesar no tocante a cobrança de tributos aos usuários de banheiros públicos (latrinas), sendo que, Vespasiano respondeu ao filho com a célebre fase: pecunia non olet (o dinheiro não tem cheiro).

O direito tributário brasileiro, atenta-se a relação econômica do negócio jurídico, pouco importanto a atividade praticada pelo contribuinte e se o fato gerador da obrigação tributária é lícito ou ilícito, entretanto, resta lembrar que a incidência do tributo não tem caráter de sanção, portanto, não tem por objetivo legitimar tais atividades nem tão pouco descaracterizar sua antijuridicidade.

Em linhas gerais, o Governo não quer saber de onde o dinheiro veio, se por uma atividade lícita ou ilícita, a ele só interessa tributar o valor recebido. A título de exemplo, se um traficante recebe rendimentos do tráfico de drogas superiores ao teto para fins de isenção da Declaração de Imposto de Renda, o mesmo deverá pagar o referido imposto, independente da origem do dinheiro.

Mas como seria em relação a oferta que apresentamos na Casa do Senhor? Será que Deus possui o mesmo princípio utilizado pelo Imperador Romano Vespasiano? Será que nossos dízimos e ofertas non olet, não cheiram? Será que o mais importante é a contribuição independente da origem do recurso?

Claro que não. Não podemos apresentar nossa oferta a Deus se porventura a mesma tenha origem ilícita. Não se deita diante do altar de Deus ofertas que ofendem os princípios da sua palavra. Os fins não justificam os meios. Não podemos pensar que pelo fato de termos de ofertar, podemos apresentar diante de Deus oblações de origem ilícita ou duvidosa.

O profeta Amós profetizou ao povo de Israel informando que Deus não estava satisfeito com a forma com que era adorado e cultuado através dos sacrifícios, vejamos:

"Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me exalarão bom cheiro. E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas". Am 5.21-23 

Deus prometera que, se os israelitas o honrassem em sua vida, Ele teria prazer, agradar-se-ia e atentaria aos sacrifícios de Israel e ouviria suas palavras. Afirmando que não aceitaria nem ouviria mais os sacrifícios de Israel, Deus estava rejeitando a adoração hipócrita, desonesta e inexpressiva do povo.

Desta forma, não podemos adorar a Deus através das nossas ofertas se as mesmas possuem algum cunho de desonestidade ou contrária a moral e ao bom direito.

O vídeo abaixo demonstra a ganância de alguns líderes religiosos que não se importam de onde a oferta vem, o mais importante é a contribuição sendo que para eles, a origem do dinheiro non olet (não cheira).

Precisamos nos despertar do sono (Rm 13.11) em que estamos, e voltarmos ao Evangelho puro e Simples de Cristo e anunciarmos com autoridade a Palavra de Deus, pois é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer.

No vídeo não se vê a mulher sendo confrontada com o seu pecado. Pelo contrário, o que mais importa é a oferta (de origem ilícita), e que a própria contribuição iria libertá-la.

Por favor, não estou aqui criticando a mulher, pois ela é a vítima não só do nosso inimigo como da ganância e avareza humana. Ela precisa de ajuda! Ela precisa conhecer o Salvador, Aquele que não pedirá nenhum bem material e sim a sua alma. Ela precisa saber que Ele morreu na cruz para a nossa salvação (inclusive a dela), e que precisa aceitá-lo como o seu único exclusivo e suficiente Salvador. E quanto as suas práticas, devem ser deixadas, pois é necessários sermos santos como Aquele que nos chamou. I Pe 1.14-16

Maranata!!


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